Description
High-level findings on the deep-sea capacity of 186 geographical areas, divided into six global regions: Europe, Asia, Northern America, Africa, Oceania, and Latin America & the Caribbean.
Descobertas detalhadas sobre a capacidade de exploração do mar profundo de 186 áreas geográficas, divididas em seis regiões: Europa, Ásia, América do Norte, África, Oceania e América Latina & Caribe.
A “Avaliação Global da Capacidade de Exploração do Mar Profundo” de 2022 (do inglês 2022 Global Deep-Sea Capacity Assessment) é uma avaliação global da capacidade técnica e humana para exploração e pesquisa em áreas de mar profundo adjacentes às regiões costeiras.
Esta avaliação inclui informações provenientes de 186 áreas geográficas (GeoAreas), as quais estão distribuídas em seis regiões: Europa, Ásia, América do Norte, África, Oceania e América Latina & Caribe (Figura 1) [1]. GeoAreas incluem tanto países soberanos como territórios dependentes.
Nossa avaliação é baseada em dados coletados por dois meios: um questionário online e uma pesquisa manual. Nós avaliamos a presença de infraestrutura organizacional, embarcações, veículos de submersão profunda (DSV; do inglês deep submergence vehicles), sensores e ferramentas de processamento de dados em cada GeoArea com base nos resultados da pesquisa manual e da enquete para determinar a acessibilidade e a satisfação dos entrevistados com a tecnologia destinada à exploração de mar profundo a qual os mesmos têm acesso. Também perguntamos aos entrevistados se a exploração e pesquisa em mar profundo é considerada importante em sua respectiva GeoArea, bem como quais são os maiores problemas, desafios e oportunidades em relação à exploração e pesquisa em mar profundo.
Das 360 respostas recebidas de 124 GeoAreas, 62% foram provenientes de GeoAreas consideradas de baixa renda, média renda ou não classificadas economicamente. Setenta e três respostas partiram de 33 Pequenos Estados insulares em desenvolvimento (PEID), compreendendo mais da metade de todos os PEIDs globalmente. A amostra de entrevistados representa uma variedade demográfica e de profissões, com os homens compondo cerca de dois terços dos entrevistados; quase três quartos dos entrevistados têm diploma superior, enquanto aproximadamente três quartos trabalham na academia ou no governo.
Embora muitas das descobertas desta avaliação não tenham sido, à primeira vista, surpreendentes, os resultados foram mais reveladores do que o esperado. Nós revelamos detalhes até então não reportados, os quais abrangem desde a mão-de-obra capacitada disponível até a possibilidade de acesso a embarcações. Além disso, o fato de se incluir e contatar países tradicionalmente negligenciados em estudos globais provocou uma sensação de inclusão por parte destes países, tornando os detalhes deste relatório valiosos sob diferentes perspectivas.
Os resultados detalhados desta avaliação sobre a capacidade de exploração do mar profundo de 186 áreas geográficas, subdivididas em seis regiões globais, podem ser encontrados em Resultados Globais (do inglês).
Em uma faixa de profundidade de 200 a aproximadamente 11.000 metros abaixo do nível do mar, o mar profundo abrange a maior – e provavelmente a mais crítica – biosfera da Terra. Das 216 GeoAreas que reivindicam Zonas Econômicas Exclusivas (ZEEs) marinhas, 198 possuem mais de 1% de oceano profundo dentro de sua jurisdição. As áreas profundas destas 198 ZEEs abrangem aproximadamente 113.192.000 km², ou 82% da área total da ZEE em todo o mundo. Globalmente, quase dois terços de todas as ZEEs combinados têm lâminas d'água com profundidade entre 2.000 e 6.000 metros, tornando a avaliação desta faixa de profundidade particularmente crítica [2][3][4].
Os entrevistados da pesquisa foram requisitados a avaliar a situação atual da exploração e pesquisa em mar profundo em sua GeoArea, afirmando o quanto concordavam com as seguintes afirmações: (1) a exploração e a pesquisa em mar profundo são consideradas importantes em sua GeoArea, (2) existe tecnologia de águas profundas em seu país e (3) seu país possui mão-de-obra qualificada para atividades em águas profundas.
Globalmente, 52% dos entrevistados concordam que a exploração e a pesquisa são importantes em sua GeoArea. Apenas 33% concordam que existe a tecnologia no país para conduzir exploração e pesquisa de mar profundo, enquanto metade concordou que existe mão-de-obra qualificada para atividades em mar profundo nos seus respectivos países.
Os resultados oriundos da enquete online são usados para avaliar a percepção dos entrevistados com relação à importância, tecnologia e mão-de-obra qualificada existentes no país para que sejam conduzidas atividades de exploração e pesquisa em mar profundo, ao nível sub-regional (Tabela 1). Em todas as sub-regiões, os entrevistados relataram que a presença de mão-de-obra qualificada nos respectivos países é igual, ou excede, a disponibilidade de ferramentas e tecnologia.
Importância | Tecnologia | Experiência | Sub-regiões |
---|---|---|---|
Alta | Alta | Alta | Norte da Europa, Europa Ocidental, Ásia Oriental |
Baixa | Alta | Alta | América do Norte, Austrália & Nova Zelandia |
Baixa | Baixa | Média | Europa Oriental, Sul da Europa, Ásia Ocidental, Norte da África, América do Sul |
Alta | Baixa | Média | Sudeste Asiático, África Ocidental |
Alta | Baixa | Baixa | Sul da Ásia, África Oriental, Melanésia, Micronésia |
Baixa | Baixa | Baixa | África Central, Sul da África, Polinésia, América Central, Caribe |
Em uma extremidade do espectro, os entrevistados do Norte da Europa, Europa Ocidental e Ásia Oriental concordam que a exploração e a pesquisa em mar profundo são consideradas importantes em sua GeoArea. Estes também concordam que seu país possui tecnologia e experiência em mar profundo. Na outra extremidade do espectro, a maioria dos entrevistados da África Central, África Austral, Polinésia, América Central e Caribe não concordam que a exploração e a pesquisa em mar profundo sejam consideradas importantes em sua GeoArea. A maioria destes também discorda que seu país possua tecnologia e experiência em mar profundo.
Importante notar que entrevistados de grupos particulares de duas sub-regiões - América do Norte e Austrália & Nova Zelândia - concordaram haver altos níveis de tecnologia e experiência no país. Contudo, eles acreditam que a exploração e pesquisa em mar profundo não são consideradas importantes. Por outro lado, os entrevistados das sub-regiões Melanésia, Micronésia, África Oriental e Ásia Meridional concordaram que a exploração em alto mar é considerada importante, mas discordaram que existem ferramentas e conhecimentos nos respectivos países.
Foi solicitada a opinião dos entrevistados sobre as questões mais importantes em sua GeoArea, seus principais desafios em relação à exploração e pesquisa em mar profundo, bem como as oportunidades com as quais eles estavam mais interessados para os próximos cinco a dez anos.
Os resultados da pesquisa revelaram que conservação & proteção, ciência básica & exploração, além de pesca & aquicultura estavam entre as três questões mais importantes em todas as regiões. Além disso, as mudanças climáticas foram observadas como uma questão importante na Oceania e na América do Norte, o petróleo e o gás ao largo da região costeira são considerados relevantes na África e na Ásia, enquanto a mineração no fundo do mar é um ponto importante na Oceania.
O principal desafio em todo o mundo - sem sombra de dúvida - foi o financiamento. Na Europa e na América do Norte, o acesso aos navios representou o segundo maior desafio. Na Ásia e na América Latina & Caribe, o acesso a embarcações e a falta de mão-de-obra qualificada foram igualmente classificados como o segundo maior desafio. Na África e Oceania, a falta de mão-de-obra qualificada foi indicada como o segundo maior desafio.
Na esfera global, as três principais oportunidades para exploração e pesquisa em mar profundo foram elencadas como oportunidades de treinamento, tecnologias de baixo custo para coleta de dados, e um melhor acesso aos dados associado com melhores ferramentas de processamento de dados. As oportunidades de treinamento foram a primeira escolha na África e América Latina & Caribe. Coleta de dados mais barata foi indicada como a oportunidade mais bem classificada na Europa, Ásia e América do Norte. Na Oceania, os entrevistados ficaram entusiasmados com uma melhor e mais precisa tecnologia de coleta de dados.
A próxima parte da avaliação registrou a presença de organizações marinhas, indústrias e tecnologia de mar profundo - embarcações, veículos de submersão profunda, sensores e ferramentas de análise de dados - com base em extensa pesquisa, acesso dos entrevistados a cada tipo de tecnologia, bem como a satisfação dos entrevistados com as tecnologias às quais os mesmos têm acesso. Uma das principais descobertas apresentadas no relatório está relacionada à disparidade entre a presença de uma tecnologia no país e o acesso de um indivíduo a essa tecnologia. Esta descoberta resultou em uma avaliação global da capacidade relativa das regiões para realizar exploração e pesquisa em mar profundo.
Baseado em pesquisa manual e dados coletados através de uma enquete, avaliamos organizações e indústrias marinhas como uma indicação da mão-de-obra qualificada1.
Primeiramente, consideramos a presença de diferentes tipos de organizações, incluindo universidades, laboratórios de pesquisa, agências governamentais e ministérios, além de outros tipos de organizações. No total, identificamos 2.136 organizações marítimas e de águas profundas em todo o mundo; 809 são universidades e laboratórios de pesquisa, 812 são agências governamentais e ministérios, enquanto 515 representam outras organizações. A América do Norte teve o maior número de organizações por GeoArea, seguida pela Europa. América Latina & Caribe apresentou o menor número de organizações por GeoArea.
Subsequentemente, pesquisamos se dez tipos de indústrias marítimas estavam ou não presentes em cada GeoArea e, de forma independente, perguntamos aos entrevistados se eles tinham conhecimento sobre quais destas indústrias estavam presentes. O transporte marítimo, a pesca & aquicultura, assim como o turismo estão presentes na maioria das GeoAreas do mundo. Nossa pesquisa apurou que a mineração em mar profundo estava em estágio inicial de desenvolvimento em muitas regiões, mas ao mesmo tempo era a indústria menos ativa atualmente. No entanto, os entrevistados da pesquisa frequentemente superestimaram a presença de mineração de mar profundo em sua região. Devido à atenção explicitamente dada à mineração de mar profundo, esta atividade tem se tornado uma questão local.
Embora as embarcações representem o tipo de recurso mais presente em todo o mundo, os entrevistados tiveram o segundo menor acesso a elas comparado com outras capacidades técnicas.
As embarcações de pesca foram o tipo de embarcação mais presente, seguidas das embarcações voltadas a atividades recreativas. Navios de cruzeiro e navios de pesquisa foram indicados como os dois tipos de embarcações menos presentes em todas as regiões. As embarcações indicadas como mais acessíveis globalmente foram as embarcações de pesquisa, seguidas das embarcações de pesca. No entanto, mais de um quarto dos entrevistados em todo o mundo relataram não ter acesso a embarcações.
Vários entrevistados indicaram ter outros tipos de embarcações disponíveis, mas que não estavam listadas na enquete, incluindo navios de carga, rebocadores, petroleiros, e embarcações de mergulho, perfuração e instalação de cabos. Novas estratégias para o uso de embarcações de diferentes naturezas de para fins de pesquisa podem gerar oportunidades para a instalação de sensores e coleta de dados.
Veículos de submersão profunda representam a capacidade técnica com menor presença, disponibilidade e satisfação em todo o mundo.
Sessenta e cinco por cento dos entrevistados de todas as áreas consideraram que os veículos de submersão profunda são importantes para seu trabalho. Veículos operados remotamente (ROV; do inglês Remote Operated Vehicles) representaram os veículos de submersão profunda mais presentes globalmente, seguidos por veículo subaquático autônomo (AUV; do inglês Autonomous Underwater Vehicle) e amostradores de fundo (do inglês benthic landers). Veículos rebocados (do inglês Towsleds) foram os tipos de veículos de submersão profunda menos encontrados em todas as regiões. Os veículos de submersão profunda mais acessíveis foram os veículos operados remotamente, seguidos pelos veículos subaquáticos autônomos e amostradores de fundo. Pouco menos da metade dos entrevistados em todo o mundo relataram não ter acesso aos veículos de submersão profunda.
Sessenta e cinco por cento dos veículos de submersão profunda aos quais os entrevistados têm acesso podem operar em profundidades superiores a 200 m. No entanto, metade dos veículos de submersão profunda disponíveis para os entrevistados da África, Ásia, Oceania e América Latina & Caribe não podiam operar em profundidades superiores a 200 m. Em contraste, 44% dos veículos de submersão profunda reportados poderiam operar em profundidades superiores a 4.000 m na América do Norte.
Em geral, entrevistados de todas as regiões estão insatisfeitos com os veículos de submersão profunda disponíveis. Os entrevistados da Europa e América do Norte são os mais satisfeitos com os veículos de submersão profunda de suas respectivas GeoAreas. Os entrevistados da Ásia, África, Oceania, e América Latina & Caribe são os menos satisfeitos com os veículos disponíveis. Setenta e um por cento dos entrevistados relataram que o aumento do acesso aos veículos de submersão profunda traria um impacto alto ou seria transformador para seu trabalho.
Os sensores foram listados com presença limitada em todo o mundo. Ainda assim, os sistemas de sensores foram considerados a capacidade técnica à qual os entrevistados tiveram o segundo maior nível de acesso e a maior satisfação geral.
Mais de setenta por cento dos entrevistados consideraram os sistemas de sensores de águas profundas importantes para seu trabalho. Os sistemas de amostragem de água representam o tipo de sensor mais comum encontrado globalmente, seguidos pelos sistemas de navegação. Sensores genéticos para eDNA representam o tipo menos presente.
Os sistemas de sensores mais acessíveis foram perfiladores de temperatura, salinidade e pressão (CTD; do inglês conductivity, temperature, and depth) e os sistemas de amostragem de água, seguidos por sensores químicos (por exemplo, O2, pH, eH). Um quarto dos entrevistados relatou não ter acesso a sensores de mar profundo. Mais de 70% dos entrevistados em todo o mundo relataram que o aumento do acesso a sistemas de sensores em mar profundo impactaria significativamente ou seria transformador para seu trabalho.
As ferramentas de análise de dados foram a segunda capacidade técnica mais presente no mundo. Além disso, os entrevistados tiveram o maior acesso a ferramentas de análise de dados dentre as demais opções. Contudo, os tipos de ferramentas aos quais os entrevistados tiveram acesso variaram muito. Mesmo que a presença e o acesso a tais ferramentas tenham sido geralmente elevados, a satisfação dos entrevistados com as ferramentas disponíveis foi menor comparada aos outros recursos.
Oitenta e oito por cento dos entrevistados em todo o mundo relataram que as ferramentas de análise de dados eram importantes para seu trabalho, sendo os sistemas de informações geográficas (SIGs) a ferramenta de dados mais presente, seguidos pela computação em nuvem (do inglês cloud computing) e gerenciamento de dados. As ferramentas de sequenciamento genômico foram as menos presentes.
Os sistemas mais acessíveis aos entrevistados foram SIGs, ferramentas de gerenciamento de dados, assim como capacidade de armazenamento de dados. Menos de 20% dos entrevistados em todo o mundo relataram não ter acesso a nenhuma das ferramentas de análise de dados listadas acima. Mais de 75% dos entrevistados em todo o mundo relataram que o aumento do acesso a tais ferramentas teria um grande impacto ou seria transformador para seu trabalho.
Organizações, indústrias, embarcações, veículos de submersão profunda, sensores e ferramentas de processamento de dados foram avaliados por meio de pesquisa manual com o intuito de se verificar a presença de capacidade de exploração de mar profundo em cada GeoArea. Por sua vez, enquetes foram usadas para identificar a acessibilidade e satisfação dos entrevistados com relação às embarcações, veículos de submersão profunda, sensores e ferramentas de processamento de dados em cada sub-região. Usamos essas informações para agrupar sub-regiões com base em semelhanças quanto à presença de infraestrutura marinha e tecnologia para que atividades em águas profundas sejam realizadas, acesso e satisfação com a tecnologia disponível, permitindo então a intercomparação entre locais em escalas sub-regional, regional e global (Tabela 2).
Presença | Acesso | Satisfação | Sub-regiões |
---|---|---|---|
Média-alta | Alto | Alta | Norte da Europa, América do Norte |
Média | Médio | Média | Europa Ocidental, Sul da Europa, Ásia Oriental, Sudeste Asiático, Austrália & Nova Zelandia |
Média | Baixo-médio | Baixa-média | Europa Oriental, Ásia Ocidental, Sul da Ásia, Norte da África, Sul da África, América do Sul |
Baixa | Baixo | Baixa-média | África Ocidental, África Central, África Oriental, Melanésia, Micronésia, Polinésia, América Central, Caribe |
A América do Norte e a Europa têm a maior combinação de presença, acessibilidade e satisfação com a infraestrutura marinha e tecnologia de águas profundas. As sub-regiões da Ásia foram divididas, demonstrando uma alta variação de presença, acesso e satisfação dos entrevistados com relação à infra-estrutura e à tecnologia voltadas ao mar profundo. As sub-regiões da Oceania também indicaram variações significativas com baixa presença, acesso e satisfação geral com infraestrutura marinha e tecnologia presentes na região. As sub-regiões da África e da América Latina & Caribe tiveram a menor presença, acesso e satisfação com infraestrutura marinha e tecnologia voltadas ao mar profundo.
Esta avaliação demonstrou quais são os desafios e oportunidades característicos de cada região e sub-região relacionadas à pesquisa e exploração do mar profundo.
A América do Norte tem a maior capacidade de exploração e pesquisa em oceanos profundos das Américas. No entanto, a América Latina & Caribe têm recursos humanos bem desenvolvidos com um alto potencial para liderar iniciativas de inovação e pesquisa no mar profundo, o qual poderia ser substancialmente impulsionado com por meio de uma infraestrutura mais desenvolvida. Por exemplo, Colômbia, Equador, Uruguai e Chile estão trabalhando no desenvolvimento de protótipos de veículos de submersão profunda, os quais se encontram em fase preliminar de comercialização.
Embora a Ásia tenha maior acesso a embarcações e veículos de submersão profunda comparado a outras regiões, este acesso permanece concentrado nas nações mais ricas e desenvolvidas, sendo pouco provável que países de baixa renda usufruam do mesmo. Acesso com baixo custo a veículos de submersão profunda, bem como a sensores e ferramentas de dados teria um impacto transformador na Ásia, particularmente em GeoAreas de baixas e médias rendas.
Os entrevistados da África elegeram oportunidades de treinamento como o principal ensejo para desenvolver atividades voltadas ao mar profundo num futuro próximo; o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos nos respectivos países devem, portanto, ser priorizados e financiados. Além disso, tecnologias de águas profundas que possam atingir 6.000 m propiciariam o acesso a 100% das ZEEs africanas, representando uma oportunidade única para expandir o acesso à pesquisa de mar profundo, bem como aos programas e meios de exploração nesta região.
Esta avaliação de capacidade indica que muitas instituições de investigação europeias possuem tecnologia e mão-de-obra qualificada para exploração e investigação em mar profundo. De uma maneira geral, a presença, o acesso e a satisfação com a capacidade de pesquisa e exploração em mar profundo são elevadas em toda a região. Devido ao seu privilegiado nível de capacidade, os países europeus poderiam desempenhar um papel significativo na viabilização de um acesso mais amplo a nível mundial.
A Oceania apresenta as oportunidades mais relevantes para exploração e pesquisa em mar profundo. A região possui a maior área de ZEE em águas profundas do mundo, mas possui menor capacidade de explorá-la por meio da infraestrutura marinha local e tecnologia disponíveis. O interesse regional é elevado, uma vez que os entrevistados são bem mais contundentes - comparados aos demais entrevistados - em considerar a exploração de mar profundo como importante para seus respectivos países. Todos os entrevistados da Polinésia indicaram que a mineração em águas profundas é um dos problemas mais importantes que enfrentam e que não possuem ferramentas ou conhecimentos especializados em mar profundo no país para resolvê-lo. Garantir que essa região tenha a capacidade local de explorar, entender e gerenciar ambientes de mar profundo é um caminho lógico a ser seguido.
As descobertas feitas por esta avaliação poderão ajudar no desenvolvimento estratégico, implementação equitativa e quantificação do impacto do desenvolvimento de capacidade para exploração e pesquisa em mar profundo nos próximos anos.